12 de fevereiro de 2009

Vamos legalizar... Porquê?

Drogas leves. Drogas duras. O que é que as torna leves e o que é que as torna duras?

Leves e duras são meros adjectivos, proferidos por aqueles que as consomem (as leves) e que, por isso mesmo, assim lhes convém! Na realidade, qualquer que seja a sua origem, o epílogo é sempre o mesmo: adulteração do sistema nervoso central, metamorfose do “estado de espírito” original! Será que queremos uma Juventude anestesiada? Adormecida? Com medo de enfrentar lutas sérias com “olhos bem abertos”? Então, porquê legalizar?


São muitos os motivos que levam alguém a fazer uso de drogas: por curiosidade, para fugir de determinada situação, para pertencer a um grupo, para relaxar, para estimular, porque sim, porque não... No entanto, a imediata e intensa sensação de prazer ou ausência de desprazer suscita um novo consumo. E outro.... e mais outro... A busca incessante de sensações de prazer nas drogas, impulsiona que o indivíduo altere a sua relação com o tempo e com o mundo, aliviando-se constantemente da necessidade de cuidar o seu futuro. Que credibilidade é que ele me pode oferecer perante tamanha ausência de realidade? Então, porquê legalizar?

O mercado das drogas tem muitas semelhanças com qualquer outro tipo de mercado de consumo, no entanto o facto da sua produção e do seu comércio acontecer num contexto ilegal, significa que as “decisões políticas” relacionadas com as mesmas levantam muito mais interesse. A “luta” contra os estupefacientes tem um significado simbólico no desenvolvimento de uma consciência colectiva acerca da natureza do auto-controlo esperado dos membros da sociedade e sobre a falta de cumprimento. Então, porquê legalizar?

O possível risco de dependência é demasiado elevado e encontra-se estreitamente relacionado com o grau de competências emocionais e sociais que o indivíduo adquiriu. É por isso que esse aspecto é fortemente enfatizado nos programas de prevenção primária; torna-os mais eficazes. No que diz respeito à prevenção de dependências, o mais importante é a capacidade de resistência dos jovens à tentação de experimentar drogas de alto risco e de encontrar alternativas para essa tentação.

O caminho segue por aí... Pela PREVENÇÃO! Apostar em campanhas, criar núcleos específicos para esclarecimento, aumentar a divulgação dos malefícios das drogas e dos seus perigos associados... Enfatizar o papel activo dos jovens na construção do conhecimento, promovendo a aquisição de competências de comunicação, especificamente a assertividade; capacitando os sujeitos de aptidões de tomada de decisão; e, dotando os mesmos de capacidades para resistir às pressões dos pares.

Nesta temática tão corrente da liberalização das drogas, o Estado deve assumir a protecção dos cidadãos face aos riscos do consumo de drogas; se assim não for, quem venderá a droga? O Estado? As farmácias? Os particulares? Quais as regras e os limites? Como se evitará um mercado negro de venda de drogas fora das regras e limites estabelecidos diferente do que existe actualmente?...

Novamente pergunto: mas porquê legalizar? O que alcançam os jovens e a sociedade com a legalização? Evitaremos o acréscimo de toxicodependentes? Será que ainda não existem drogas legais suficientes no nosso mercado?